Descrição: O BRB DUX Visa Infinite já foi referência, mas a falta de concorrência e a crise recente mudaram o cenário. Entenda o que aconteceu e se ainda vale a pena.
Durante um bom tempo, falar em BRB DUX Visa Infinite era quase sinônimo de topo de linha no mercado brasileiro. Poucos cartões conseguiam competir de verdade com ele, principalmente no segmento de alta renda. E quando não existe concorrência forte, a história costuma seguir sempre o mesmo roteiro: o banco relaxa, o produto para de evoluir e o cliente acaba pagando a conta, mesmo sem perceber logo de cara.
Concorrência não é só disputa de marketing ou benefício extra. Ela é essencial para forçar melhorias reais. Sem isso, o conforto fica todo do lado da instituição financeira, enquanto o usuário vai aceitando limitações que, na prática, não fazem muito sentido para o perfil que o cartão se propõe a atender.
O velho problema do limite de crédito
Um dos pontos mais criticados do BRB DUX Visa Infinite, desde sempre, é o limite inicial oferecido. Para um cartão voltado a clientes de alta renda, começar com algo em torno de R$ 50 mil soa, no mínimo, estranho. Esse valor até funciona para quem faz compras pontuais, mas vira um gargalo enorme quando entram parcelamentos, viagens, eletrônicos ou despesas familiares mais pesadas.
No meu caso, a experiência foi exatamente essa. O cartão começou com R$ 50 mil, depois de um tempo houve um ajuste para algo perto de R$ 97 mil. Aparentemente parecia um avanço, mas parou aí. Meses e meses se passaram sem qualquer nova análise automática ou aumento consistente.
Resultado? Para não travar o cartão no meio do mês, precisei adotar uma estratégia meio torta:
- Compras parceladas ficavam em outros cartões
- O DUX era usado basicamente para gastos à vista
- Qualquer descuido já comprometia o limite disponível
Não era exatamente a experiência premium que se espera de um Visa Infinite desse nível.
A crise muda tudo (e rápido)
O cenário começou a mudar de forma brusca quando o Banco Master entrou em colapso e puxou junto uma crise de confiança que respingou diretamente no Banco de Brasília (BRB). A ligação entre as duas instituições envolveu operações bilionárias, compra de carteiras de crédito questionáveis e acusações sérias de risco e fraude.
A chamada Operação Compliance Zero escancarou problemas graves. Tivemos prisão do controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, liquidação do banco pelo Banco Central e, como efeito colateral pesado, o afastamento do então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
Esses eventos não ficam restritos ao noticiário. Eles afetam diretamente a percepção dos clientes.
O medo do investidor fala mais alto
Assim que a crise ganhou corpo, muitos clientes começaram a sacar investimentos. Principalmente aqueles com valores acima de R$ 250 mil, limite protegido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Ninguém gosta de correr riscos desnecessários, ainda mais quando surgem dúvidas sobre a saúde da instituição.
Esse movimento gerou um efeito dominó bem claro. Menos dinheiro parado, menos confiança e mais pressão interna para o banco reagir.
BRB perdeu clientes e precisou agir
Com a evasão evidente, o BRB passou a se mexer. Surgiram campanhas, ajustes comerciais e algumas melhorias que, curiosamente, não aconteciam havia anos. Mas é importante falar a real: isso não nasce do nada. Não é bondade nem carinho com o cliente.
É contenção de danos. Estratégia defensiva pura.
Depois de quase três anos sem mudanças relevantes, meu limite finalmente foi aumentado. Coincidência? Sinceramente, acho bem difícil. Em momentos de crise, agradar o cliente vira prioridade, especialmente aquele que já está flertando com outros cartões de alto nível.
A corrida pelo cliente de alta renda está aberta
Hoje existe uma disputa clara pelo público premium. O BRB DUX Visa Infinite deixou de ser unanimidade faz tempo. Um exemplo bem concreto disso é o CAIXA Ícone Visa Infinite, que conseguiu atrair dezenas de milhares de clientes que antes estavam concentrados no DUX.
Outros cartões também entraram forte no jogo, oferecendo:
- Limites mais agressivos
- Políticas de aumento mais transparentes
- Relacionamento menos engessado
O mercado mudou, e quem não acompanha fica para trás. Simples assim.
Vale a pena continuar com o BRB DUX Visa Infinite?
Depende muito do seu perfil e, principalmente, do relacionamento que você consegue construir com o banco. O cartão ainda tem seus méritos, mas já não reina sozinho como antes. Hoje, alternativas como Centurion, Ícone e Karta fazem muito mais sentido para quem busca flexibilidade real e evolução constante.
Na minha visão, o jogo virou. E virou pra valer. Quem não evoluir, perde espaço — e rápido.
Links úteis e leituras recomendadas
- 🔗 Ranking dos melhores cartões Visa Infinite
- 🔗 Como aumentar o limite do cartão de crédito
- 🔗 Referência externa: Site oficial do Banco Central do Brasil
Conclusão
O BRB DUX Visa Infinite ainda é um bom cartão, mas deixou de ser referência absoluta. A falta de concorrência no passado custou caro, e a crise recente só acelerou um processo que já estava em curso. Hoje, o cliente de alta renda tem opções — e muitas.
👉 E você, já usou o BRB DUX Visa Infinite? Teve problemas com limite ou atendimento?
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