Como os Bancos Lucram com Cartões de Crédito e Como Você Pode Obter o Maior Retorno Possível

A área de cartões de crédito sempre teve um peso imenso dentro dos bancos comerciais. Não é à toa que vemos uma disputa quase diária para lançar novos modelos de cartão, benefícios diferentes e até versões sem anuidade. Isso acontece porque, quando um cliente escolhe um cartão, ele tende a trazer junto uma série de outros produtos bancários — desde investimentos até seguros. É como se o cartão fosse a porta de entrada para um relacionamento maior.

Inclusive, alguns bancos oferecem cartões de crédito sem anuidade justamente para atrair esse público mais interessado, algo que ficou ainda mais evidente em notícias recentes, como quando o C6 Bank reduziu novamente o valor mínimo para isenção da anuidade do cartão Black. Mas, no fim das contas, se muitos cartões são gratuitos, surge a pergunta: como os bancos lucram com cartões de crédito?

Para entender isso, precisamos olhar para três pilares principais: tarifas, comissões e o spread do programa de fidelidade. Vou explicar cada um deles com mais calma — e com algumas percepções pessoais, já que uso cartão no dia a dia e vivo pesquisando sobre esse mercado meio doido, que muda o tempo todo.


1. Tarifas: a fonte de receita mais óbvia

Quando falamos de tarifas, estamos nos referindo a tudo o que o cartão pode cobrar diretamente do cliente. Aí entram:

  • Anuidade
  • Multa por atraso
  • Juros do rotativo
  • Tarifa por pagamento de contas
  • Cobrança de Pix no crédito
  • Tarifa de saque
  • Taxas administrativas em geral

Pode parecer pouco quando olhamos item por item, mas essas tarifas são extremamente lucrativas. Basta imaginar que milhões de pessoas atrasam a fatura todos os meses — infelizmente — e os juros do rotativo chegam facilmente a ultrapassar 10% ao mês. É surreal, quase um absurdo, mas é real.

Outro ponto que pouca gente nota é que, às vezes, uma simples taxa de saque ou de pagamento pode parecer pequena, porém, como ocorre em larga escala, gera uma receita gigante. É ai que os bancos conseguem reforçar seus lucros.

Aliás, até o Banco do Brasil, recentemente, lançou uma função no app para evitar bloqueios e tornar o uso dos cartões mais seguro, algo que, indiretamente, também reduz custos operacionais e melhora o relacionamento com o consumidor.


2. Comissões: uma parte de cada compra vai para o banco

Sempre que você passa o cartão — seja de débito, crédito ou até no contactless — o valor daquela compra é dividido entre três partes:

  • O banco emissor do cartão
  • A bandeira (Visa, Mastercard etc.)
  • A maquininha responsável pela transação

Esse dinheiro é separado antes mesmo de chegar ao lojista. É um processo automático.

Além disso, existe um detalhe que muita gente desconhece: os bancos também ganham dinheiro ao oferecer antecipação de recebíveis para os lojistas. Funciona como um tipo de empréstimo. O dono da loja recebe antes, mas paga uma taxa por isso. Eu, inclusive, já trabalhei com pequenos empreendedores que dependiam dessa antecipação para manter o fluxo de caixa.

Ou seja: só com comissões, os bancos já faturam bastante — o que explica como até cartões que dão cashback conseguem se pagar.


3. Spread no programa de fidelidade: onde mora o lucro invisível

Seja em cashback, seja em pontos, o valor devolvido ao cliente é menor do que o banco efetivamente gasta para gerar os benefícios. Isso não é algo ruim, é apenas parte do modelo de negócio.

Por exemplo, imagine um cartão que oferece 1% de cashback. Em geral, só a comissão que o banco recebe em cada compra já supera esse valor. Por isso existem cartões sem anuidade que devolvem 1% ou até mais, sem que isso represente prejuízo para o banco.

É meio curioso pensar nisso, mas faz sentido quando vemos o volume de transações acontecendo diariamente. É um mar de dinheiro circulando o tempo todo.


Como ter o maior retorno possível usando cartões de crédito?

Aqui entra uma opinião bem pessoal: os maiores retornos vêm de pontos e milhas, principalmente quando usados na emissão de passagens aéreas. Muitos cartões oferecem algo em torno de 3% de retorno quando consideramos o valor das milhas convertido em dinheiro (algo que alguns chamam de milesback).

Mas, em emissões certas — promoções, trechos estratégicos, datas específicas — esse retorno pode bater facilmente 10% ou até mais. Isso acontece porque o preço da passagem em milhas não acompanha fielmente o preço em dinheiro. Já fiz emissões em que paguei o equivalente a R$ 500 em pontos para uma passagem que custava quase R$ 3.000 em dinheiro. Isso sim é retorno real.

Se você quer melhorar seus cartões, existe até a opção de participar de grupos especializados. No Grupo Gerentes, por exemplo, há profissionais que ajudam a solicitar cartões diferenciados e até negociar anuidade zero. Pode ser uma porta interessante pra quem quer evoluir a carteira.


Conclusão

Os cartões de crédito são uma ferramenta poderosa tanto para os bancos quanto para os consumidores. Os bancos lucram muito através de tarifas, comissões e programas de fidelidade, enquanto nós, usuários, podemos extrair valor por meio de cashback, pontos e boas estratégias.


Quer continuar aprendendo?

  • Leia também: Como escolher o melhor cartão para acumular milhas
  • Veja: Guia completo sobre cartões sem anuidade

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