O IOF, para variar, mudou de novo. E sim: essa mudança vai pesar no bolso de quem pretende viajar para o exterior nos próximos meses. É impressionante como esse imposto parece um ioiô, sempre indo e voltando com novas regras (ok, a piada é ruim, mas é inevitável 😅). Só que, por trás da brincadeira, a realidade é bem menos divertida para quem precisa planejar uma viagem.
Com tantas opções de contas globais, cartões internacionais e variações do dólar, é fácil ficar perdido e acabar gastando mais do que deveria. Mas calma: com um pouco de planejamento, dá para economizar bem mais do que parece à primeira vista. Eu já passei por isso algumas vezes e garanto que pensar com antecedência faz toda diferença.
Por que planejar é essencial?
De todas as decisões que você vai tomar antes de viajar, entender como e quando comprar moeda estrangeira é uma das mais importantes. Não é só questão de IOF, mas também de cotação e de previsibilidade.
A diferença básica entre usar conta global ou cartão de crédito está no momento do pagamento. Na conta global, você compra dólar (ou euro, ou outra moeda) na hora e já garante aquele valor. Se o dólar cair naquele dia, ótimo, você “trava” o preço e evita surpresas desagradáveis depois.
Já o cartão de crédito te dá um prazo maior para pagar — pode chegar a 40 ou 45 dias dependendo do banco. Só que isso também te expõe ao risco da cotação subir. E olha, não é raro que isso aconteça justo quando você menos espera. No final das contas, é uma aposta: pode sair mais barato… mas também pode sair bem mais caro.
Eu, pessoalmente, prefiro não contar com a sorte. Sempre que posso, vou comprando aos poucos pela conta global. Se o dólar baixa, compro um pouco. Sobe? Espero. Quando percebo uma nova queda, aproveito de novo. É quase um jogo de paciência — e geralmente funciona para não pagar um valor médio muito alto.
Como calcular o valor médio?
Para você entender melhor, vou dar um exemplo prático com números reais. Imagine que você precisa de US$ 1.000 para a viagem e decide ir comprando em etapas com sua conta global.
- Operação 1: US$ 100 a R$ 5,60 → R$ 579,60
- Operação 2: US$ 400 a R$ 5,40 → R$ 2.235,60
- Operação 3: US$ 250 a R$ 5,45 → R$ 1.410,18
- Operação 4: US$ 250 a R$ 5,50 → R$ 1.423,12
No final, você gastou R$ 5.648,50 pelos US$ 1.000. O valor médio do dólar ficou em cerca de R$ 5,648, já incluindo o IOF (que atualmente é de 3,5% para contas globais).
Agora compare com alguém que deixou para usar só o cartão de crédito. Em julho, a cotação chegou a R$ 5,40, com IOF de 1,1%. Se a pessoa tivesse comprado nessa época pela conta global, teria pago por volta de R$ 5.460. Mas como deixou para pagar com cartão e o dólar subiu para R$ 5,59 (com IOF de 3,5%), ela acabou desembolsando R$ 5.785,65 — uma diferença de mais de R$ 300!
Mas e os pontos do cartão, valem a pena?
É claro que muita gente argumenta que o cartão gera pontos no programa de fidelidade. Mas vamos aos fatos: mesmo com um cartão generoso que ofereça 3 pontos por dólar, você vai acumular 3.000 pontos com esses US$ 1.000. Só que, com os R$ 325 que você deixou de economizar, seria possível comprar cerca de 10.000 pontos Livelo em promoções. Ou seja, nem sempre a conta fecha.
Cartão ou conta global? Depende do seu perfil
O cartão pode ser vantajoso se você realmente precisa de prazo para pagar ou se confia na sorte de o dólar cair nas próximas semanas. Já a conta global é melhor para quem quer mais controle e prefere não depender das flutuações do câmbio.
Um detalhe importante: a comparação só faz sentido se você considerar o mesmo dia para cotação. Como o cartão de crédito usa a cotação do dia da compra (e não da fatura), a variação cambial pode ser cruel.
Dicas para economizar ainda mais
Aqui vão algumas estratégias simples para reduzir o impacto do IOF e das oscilações do dólar:
- Comece cedo: quanto antes você começar a comprar moeda, mais chances terá de pegar boas cotações.
- Compre aos poucos: não aposte tudo num só dia. Faça pequenas compras em momentos diferentes.
- Fique de olho no mercado: acompanhe notícias econômicas para identificar tendências de alta ou baixa.
- Compare contas globais: bancos como Inter, C6 e Nubank oferecem contas com spreads baixos ou até zero.
Conclusão
Planejar com antecedência pode render uma economia bem significativa. Como vimos, só no exemplo acima foram mais de R$ 300 a menos em uma única viagem de US$ 1.000. Imagina isso numa viagem maior? Difícil achar programa de pontos que compense um prejuízo desses.
Então, antes de embarcar, faça as contas, monte sua estratégia e evite dores de cabeça com o IOF. Afinal, já basta a burocracia para viajar ao exterior, né?
Meta descrição: Como economizar no IOF em viagens internacionais com planejamento e contas globais. Dicas práticas para reduzir custos com dólar alto.
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