Descrição: Descubra uma análise completa e sincera sobre o PicPay Epic, incluindo seus pontos fracos, vantagens reais e se ele vale a pena para o dia a dia.
Quando o PicPay Epic foi anunciado, muita gente (eu incluso, confesso) ficou curiosa com aquele nome pomposo, meio cinematográfico, que promete algo grandioso. A palavra Epic soa como se estivéssemos diante de um cartão destinado a heróis das finanças — mas, na prática, a coisa não é bem assim. Aliás, depois de ver publicações de funcionários no LinkedIn celebrando o lançamento como se fosse uma revolução, eu até levei um susto. Parecia que estávamos falando do melhor cartão da galáxia, mas a realidade é bem mais modesta.
Neste texto eu vou detalhar tudo com calma, trazendo uma visão honesta e até um pouco crítica, mas sem exageros. E, claro, compartilhando percepções pessoais, exemplos práticos e algumas opiniões que fui formando ao longo dos anos analisando cartões de crédito.
O cashback do PicPay Epic: parece bom, mas é só impressão
Quando falam do PicPay Epic, a primeira coisa que divulgam é o tal cashback de 4%. A maioria das pessoas vê esse número e pensa: “Uau, agora sim um cartão competitivo!”. Mas a história tem um porém enorme (na verdade, vários).
A taxa de 4% só vale para compras internacionais, e isso muda completamente o jogo. Nesses gastos, o PicPay cobra um dos spreads mais salgados do mercado: 5%, além do IOF de 3,5%. Ou seja: antes de você ganhar qualquer coisa, já está pagando quase 9% a mais na compra. O tal cashback acaba virando mais um “desconto no prejuízo”.
Pra complicar um pouco mais, o cashback real — aquele que você vai usar de verdade, no dia a dia — é de apenas 1,3% nas compras nacionais. Eu fiz as contas aqui (com uma certa dificuldade porque números não são meu talento natural rsrs) e isso equivale a um cartão que pontua 2,2 pontos por dólar. Só que, no mercado de alta renda, cartões fortes entregam entre 4 e 6 pontos facilmente.
Parcelar compras internacionais em 3x sem juros: um ponto positivo (com ressalvas)
Para ser justo, existe sim um diferencial interessante: o parcelamento em até 3 vezes sem juros nas compras internacionais. Não é tão comum ver esse benefício em cartões dessa faixa, e eu achei isso legal. Porém, volto ao ponto de antes: o spread e o IOF acabam com boa parte dessa vantagem. Você economiza de um lado e perde do outro — um jogo de empurra que deixa o benefício menos “epic” do que parece à primeira vista.
Salas VIP: o PicPay Epic fica muito atrás
Se tem uma característica básica em cartões de alta renda é o acesso ilimitado às salas VIP. Isso virou padrão, quase obrigatório. Mas o PicPay Epic, que se coloca como concorrente nesse mercado, oferece apenas 2 acessos gratuitos por ano via LoungeKey.
É muito pouco. Não existe outra palavra pra isso.
Se você faz duas viagens internacionais no ano, acabou o benefício na primeira. E tem mais: nenhum cartão do PicPay oferecia salas VIP antes, o que já era uma falha enorme. Agora eles finalmente incluíram, mas de forma tímida demais. Eu, particularmente, esperava ao menos 4 acessos, o que já deixaria o cartão mais competitivo.
CDB Epic PicPay: bom… mas só por um mês
O CDB Epic PicPay também parecia promissor à primeira vista. Eles anunciam rendimento de 200% do CDI, o que chama a atenção até de quem não acompanha investimentos. Só que, quando você lê as letras miúdas (que quase ninguém lê, vamos admitir), descobre que isso vale só durante os 30 primeiros dias.
Depois disso, vira um investimento comum. Para mim, é um benefício meio “me engana que eu gosto”. Funciona como chamariz, mas não se sustenta.
Conclusão: o PicPay Epic ainda não é o cartão que deveria ser
Depois de analisar tudo com calma, minha impressão é que o PicPay Epic tenta entrar no mundo dos cartões premium, mas falta força para competir de verdade. O cashback nacional de 1,3% é fraco, o cashback internacional tem um custo maior que o retorno, os acessos às salas VIP são limitadíssimos e o CDB de 200% do CDI dura só um mês.
Existem alternativas mais vantajosas — por exemplo, o RecargaPay, que entrega 1,5% de cashback com uma anuidade mais baixa. Sem falar nos cartões de alta renda de bancos tradicionais, que dão acessos ilimitados às salas VIP e pontuação muito melhor.
O lado bom é que o PicPay está tentando evoluir. O parcelamento internacional sem juros e o primeiro passo no LoungeKey mostram que existe um movimento na direção certa. O problema é que ainda falta coragem para entregar benefícios realmente compatíveis com o público que eles querem atingir.
Principais pontos do PicPay Epic (resumo rápido)
- Cashback nacional de 1,3%
- Cashback internacional de 4%, mas com quase 9% de taxas
- 2 acessos LoungeKey por ano
- Parcelamento internacional em até 3x sem juros
- CDB Epic: 200% do CDI somente por 30 dias
- Baixa competitividade para o público alta renda
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E você, já testou o PicPay Epic? Acha que ele tem futuro ou ainda está longe dos concorrentes? Deixa seu comentário e conta o que achou — sua opinião pode ajudar muita gente a decidir qual cartão vale mais a pena.